terça-feira, 24 de janeiro de 2012

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UMA MERA CENA PORNOGRÁFICA

 

395849_350158111679403_100000556514411_1273140_911026942_aImporta alvitrar que a pornografia não se circunscreve ao universo da imprecação aos males atribuídos à sexualidade. O que marca a pornografia é a relação desigual entre poderes e dignidades que conflituam. Quando alguém não existe ou apenas existe para cumprir um papel de objeto de satisfação de pulsões agressivas de um outro, estamos provavelmente na presença de uma realidade (ou cena) pornográfica.

Quantas vezes nos perturbam, e nos fazem sentir profundamente incomodados, com o comércio abjeto do sofrimento dos outros e das suas desgraças e com outras tantas situações aparentemente banalizadas por um quotidiano denso de indignidades silenciosas e, sobretudo, silenciadas?

A tirada infeliz de Cavaco Silva é reveladora de um destes silêncios que se quebrou e se quebrou de modo infausto fazendo ele um uso pornográfico da sua situação pessoal num quadro de crise no qual ele não encaixa. Cavaco Silva, ele próprio, se desrespeitou. Embora lamente, confesso que não fiquei absolutamente nada surpreendido.

ANÍBAL retirado DAQUI

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A CARREIRA DO MEDINA

 

407046_350233938338487_100000556514411_1273518_1579138463_aUma declaração, não de interesses, mas de intuição; não gosto deste senhor CARREIRA. Olho para ele, e aquele seu permanente e irritante ruminar, de imediato, me leva à perceção que em mim esboça a ideia de uma misteriosa e enigmática insatisfação pulsional que o seu narcisismo primário, apressado e desenvolvido, imperiosamente o empurra para uma arregimentação muito singular de recursos de modo a evitar a sua suposta (embora visível e desconfortável) castração política.

Serei naturalmente precipitado mas, nesse homem mediático (que pode ou não coincidir com ele próprio), apenas consigo estar atento ao desafio, para ele muito particular e doloroso, de uma economia psíquica necessária à procura e à gestão de sucedâneos argumentativos que lhe alimentem a ilusão da ausência de um perdido paraíso que o seu narcisismo envernizado mas envenenado não aguenta. A sua sobranceria apenas me consegue conduzir aos polímeros sintéticos cotiados na produção contemporânea de artefactos de silicone comunicativa …

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

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A TITUBEAÇÃO DO MÁRIO ENXOVALHADA PELA FIRMEZA DA CONVICÇÃO E DA SOLIDARIEDADE

 

ng1181695_435x190Discute-se hoje muito, neste tempo de pós-modernidade, a "qualidade de vida". Aplaudo e proponho, tanto quanto sou capaz, esse debate e acho por bem que ele prossiga sem menosprezar uma outra controvérsia; a “qualidade da sociedade e da democracia”, realidades onde aquela não deixa de se enraizar. Sublinho, no entanto, que não há qualidade de vida que possa suportar a “intranquilidade das consciências”. Refiro, como é óbvio, às difíceis consciências éticas e não a outras que se prestam ao egoísmo das vantagens imediatas encobertadas, no plano retórico e doutrinário, por caridades e generosidades duvidosas.

Não faço alusão,  como se depreende, às ações genuínas, convictas e desinteressadas de gente boa, em si coerentes, admiráveis e respeitáveis. No entanto, esta destrinça, leva-me a pronunciar a traço grosso que jamais os situacionistas do oportunismo me persuadirão dos seus tartufos gestos. É no contexto desta declaração que afirmo o meu orgulho de ter trabalhado e convivido com este homem sério, trabalhador e modesto cuja combatividade e solidariedade das suas firmezas valorativas, humanas e sociais, se enraízam nessas qualidades e que se dá pelo nome de ARMÉNIO CARLOS. Importa acrescentar que não sou, hoje, militante do PCP. Por isso, a nada me sentiria obrigado pela militância se os VALORES assim não o exigissem ...

VER E OUVIR - http://sicnoticias.sapo.pt/1249686

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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OS PÁROCOS, OS BISPOS E OS CARDEAIS DA NOSSA IGREJA MEDIÁTICA

 

addis-hands-cash-cartoon2Acabo de ler no “LE MONDE DIPLOMATIQUE” (12 de Janeiro de 2012 / versão portuguesa) um texto de Pierre Bourdieu intitulado “Como se fabricam os debates públicos”. Nele, Bourdieu começa por definir um homem oficial como um ventríloquo que fala, num contexto devidamente encenado, em nome do Estado, fala por todos e em lugar de todos como se fosse um representante do universal.

É neste quadro que ele convoca a noção de opinião pública, acrescentando que esta pode ser entendida como a opinião de toda a gente, da maioria ou dos que contam e são dignos de ter uma opinião. Conhecendo a nossa realidade, sobretudo mediática, facilmente concluímos que a opinião pública é, como ele diz, a opinião dos que são dignos de a ter como opinião esclarecida e merecedora de tal reconhecimento.

Sem qualquer pretensão de comentar a globalidade do texto de Bourdieu, sublinho apenas a ideia de que os opinantes obedecem a um processo de cooptação com base no que ele refere como índices mínimos de comportamento que são a arte de representar um determinado jogo e de respeitar as suas regras. Para esclarecer melhor a ideia, Bourdieu relembra a célebre frase de Chamfort que fala por si: “O pároco pode sorrir a uma frase contra a religião, o bispo rir abertamente dela, o cardeal acrescentar-lhe um dito seu”. Concluindo; o uso plástico das regras do jogo, inteligentemente aplicado pela “hierarquia das excelências”, não altera o jogo. Como remata Bourdieu, o humor anticlerical de um cardeal é supremamente clerical.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

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UM REMOQUE AO “EU FASCISTA” DE ALGUNS DITOS LIBERAIS

 

compostA arrogância idiota sobre a definição da “normalidade” sempre foi um invento revertido, pelos poderes, em prerrogativa de elites burlescamente autoconvencidas. Venham elas da religião, da política e, pasme-se, de gente estúpida, embora dita ricaça, cuja inteligência, felizmente para todos nós, o dinheiro não consegue subornar. Este tipo de gente julga-se no direito, e outros ainda mais asnos, no dever de regular sobre o prazer dos diferentes para que a ordem social, que lhes dá palco e uma santa rotina, seja conservada.

A religião controla, os sacerdotes inspirados pelos seus deuses, ditam as normas de conduta. O saber laico, ao disputar o lugar do divino, dita práticas e valores. Destes, os entendidos, os comprometidos e os subvencionados, aos quais se juntam insolentemente outros ignorantes encartados, determinam sobre o normal e o patológico. A ideologia dita o caminho certo das pulsões dos outros e, com essas certezas, fixam as subjetividades que a outros cabem. 

Em cada momento sócio histórico se produz, assim, a subjetividade que presta vassalagem aos modelos identificatórios dominantes e culturalmente valorizados e, por arrasto, às sublimações significantes que lançam as bases para a definição social do conveniente desvio da normalidade que, numa penada, transforma as singularidades em anomalias e a espontaneidade numa estranheza que importa sociabilizar.

Para mim, as minhas angústias não constituem problema. Se fechei a porta de casa e volto atrás para confirmar que está bem fechada, não me sinto neurótico. Sinto-me bem e muito confortável com a minha vida. O mesmo, no entanto, não posso dizer da minha relação com o mundo. Gosto de beber, de rir, de chorar, de estar com os amigos e não me preocupo com esse mundo pulsional que me obriga, por dignidade, ao sarcasmo militante de desrespeitar, com um prazer desmedido, as ditas normas que sinto não terem qualquer força moral de vinculação. Sinto-me senhor em casa própria e, felizmente, com uma estimulante vontade de viver com a saúde psicológica e intelectual que, graças a um outro deus qualquer, me tem acompanhado nesta persistente rebeldia, estética, ética e existencial.

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domingo, 8 de janeiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

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Este ASCO, que se dá pelo nome de CAMxLO, não pode com o …. MÁRIO NOGUEIRA

 

O que diz o CAMxLO? Que Mário Nogueira tem 31 anos de carreira e que apenas onze deles passou-os a ensinar. O resto foi dedicado a esse extraordinário sindicato (ou será "think tank"?) da Educação que dá pelo nome de Fenprof. Claro que o ódio sindical desse TRAPACEIRO CEGO E SURDO não descobre mais ninguém, na política ou mesmo nesse antro de chulos que o perpetua e o protege, que há muito deveria ter dado o lugar a outros. Ele vomita a sua aversão inveterada e absoluta ao sindicalismo procurando desqualificar alguém que se apresenta a votos e é eleito por milhares de professores. Desta avaliação democrática ele não se interessa. Trata, então, o Secretário-Geral da FENPROF de dinossauro mas daí não tira as conclusões que devia com objectividade em matéria de avaliação da pessoa e do sindicalista. Atira-se, então, à lei que ele considera obsoleta, responsabilizando-a por promover o sindicalismo a um modo de vida. Mas os proxenetas que o têm por conta, esses podem vir de tempos jurássicos que são gente boa e os modos de existência que requerem são próprios e decorosos. Obviamente, onde o CAMxLO serve, a estupidez e o facciosismo constituem os critérios essencias de avaliação. Por isso, o CAMxLO é EXCELENTE.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

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O TRABALHO DA LIBERDADE

 

O elogio retórico da LIBERDADE E DO SEU EXERCÍCIO não dispensa o DESAFIO DE, PERSISTENTEMENTE, A TRABALHAR. Bem pelo contrário. As PRÁTICAS DO  EXERCÍCIO TRABALHADO DA LIBERDADE jamais se enlaçam, em tempo algum e em nenhuma circunstância, com as PRÁTICAS PERVERSAS DA  DOMINAÇÃO; denunciam-nas, provocam-nas e combatem-nas. SEM CONCESSÕES.

 

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

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AS REVISTAS COR DE ROSA NÃO ME ABRIGAM … FELIZMENTE!

 

A alucinação ideológica neoliberal da nossa governação parece claramente que está a demolir este pobre País. A sua política de austeridade, de sentido único, assente na teimosia cegueta, tem como propósito abonar o pagamento da “nossa dívida” aos grupos financeiros, nossos magnânimos credores. Se a consequência é, como está a acontecer, a destruição da economia e da sociedade, esta não constitui, neste tempo atual, uma preocupação política de raiz humana e social, quer dos nossos governantes, quer dessa gente sempre pronta ao exercício da generosidade.

A redução real do défice em 2011, é bom lembrar, não foi conseguida. Revela-se 5,9% do PIB mas o exato e pungente número é 7,5%. O truque, mais um ardil entre outros, alcança-se através da sonegação de uma parte dos ativos dos fundos de pensões dos bancários. Mas em 2012, o défice deverá reduzir para 4,5%, não sei se de 5,9 ou de 7,5. O que importa é perceber, na impossibilidade do uso de renovadas artimanhas aritméticas, o que vai acontecer à generalidade dos portugueses.

Consultando o memorando, permanentemente revisto nos gabinetes entre os que efetivamente ordenam e os capatazes que imaginam governar, podemos apontar alguns outros números desse tortuoso e dramático calvário. Uma redução de 3000 milhões de euros nos salários do sector público, 1260 milhões nas despesas com pensões, 100 milhões nas despesas públicas com a saúde, 380 milhões nas despesas com a educação, 200 milhões no investimento público, 100 milhões nas prestações sociais e 175 nas transferências para as autarquias, entre outros.

Por tudo isto e por outras (im)previsibilidades menos agradáveis mas sempre possíveis, desejo-vos um ano de 2012, onde aconteça a solidariedade necessária construída na resistência do protesto ativo cada vez mais essencial e urgente.

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